Monday, August 07, 2006

Óinc em Almourol...!!


A memória atraiçoa-me um pouco quando procuro recordar-me do valor dos mais recentes "Censos" Agro-Pecuários para identificação do número de suínos em Portugal. Alerto a Alta Autoridade para a Suinicultura Nacional que se encontram refugiados no Castelo de Almourol os 3 recentes desaparecidos elementos desta comunidade suína.
Ontem aproveitei o facto de ser um dos dias mais quentes do ano e fui "botar-me ao fresco" em Almourol. Ora, Almourol... concelho de Vila Nova da Barquinha... ora Vila Nova da Barquinha distrito de Santarém... ora Santarém... 42 ºC! Perfeito!
À chegada ao local, vergo-me perante a imponência de uma obra que estimula o mais adormecido dos sentidos. Detenho-me, estupefacto, perante a majestosa capacidade de desafiar qualquer lei, o inconfundível dom do povo português em marcar a diferença de forma tão vincada. Não! Ainda nem vi o castelo! Refiro-me à capacidade que o português tem de, estrategicamente, retirar um calhau do rio que permitiria, pé ante pé, chegar à ilha do castelo sem a necessidade de ir "à água". Nasce assim uma placa de plástico descorada pelo sol onde se lê: Ilha: 0,75 euros / Volta à Ilha: 1,50 euros.
Cumprimento o timoneiro da piroga, confirmo que os coletes de segurança estão em pior estado do que o trapo com que a minha tia fez os espantalhos para o campo de milho, e embarco na volta à ilha. 10 minutos. A entrada na ilha é feita de forma cordial pelos 3 suínos fugitivos e por 2 cabras. Experimentem o mais rapidamente possível a experiência de estar no mesmo metro quadrado com 2 cabras, numa tarde com 42 ºC. Ficamos preparados para ser os responsáveis de uma ETAR com canalizações entupidas sem ter que usar máscara anti-odores.
Finalmente o castelo!!! Muito bonita a vista sobre Vila Nova da Barquinha! Apetece ir rio adentro (sem colete e sem cabras) até ao Atlântico.
O castelo, certamente de origem romana, foi reedificado em 1171, por Gualdim Pais, Mestre da Ordem dos Templários. Fez parte da linha de defesa do Tejo no período da reconquista da Península Ibérica, integrado na estratégia delineada por D. Afonso Henriques.
No final, não se esqueçam de despachar 1, 2, 3 ou mais Calipos de Limão com vista para o rio, para refrescar as ideias. Vale a pena a visita! Óinc, óinc!

1 comment:

Anonymous said...

Caro amigo, tenho a acresentar que, como conhecedora que sou deste lugar por si tão habilmente descrito, as duas cabras a que se referia não são duas cabras, mas sim uma cabra e um bode!! Sim, porque eu fui alvo de marradinhas carinhosas por parte deste espécime, quase obrigada a fazer-lhe festas... e obviamente condenada a passar o resto da tarde com cheiro de pêlo de bode na mão! Blherccc... não aconselho!
Beijinhos e abraços