Friday, October 12, 2007

O Renascer das Cinzas...

Há 80 dias vivi o dia mais triste que se pode viver, julgo eu. É triste. Mas é tão ou mais triste em função do que nos envolve nesse momento e do que deixa de nos envolver no futuro. Faz-me impressão tentar acreditar que a minha Mãe já não está aqui. Então, não acredito. Faz-me impressão tentar acreditar que a minha Mãe já não vai assistir a tantas cenas do filme da minha vida. Eu que era, na minha simplicidade, um bom actor para a minha plateia... A cada dia tento renascer das cinzas, armado em Fénix a crescer debaixo da árvore da sabedoria, no jardim do Paraíso. Não vale a pena, por enquanto. Perder a Mãe é, definitivamente, o melhor filme de terror a que teimosamente somos obrigados a assistir... não podemos sair da fila da bilheteira, não podemos tapar os olhos, não podemos sair a meio do filme, não podemos tocar as pálpebras por fracções de segundos, não podemos sequer esquecer o filme. Ele dura para sempre... Quem vive uma experiência destas, na fase em que eu vivi, não tem nada a dizer... nada a ensinar... nada a pensar... tenho o cérebro parado, o corpo trémulo e a alma vazia... Se vos servir de inspiração ou se em algum momento da vida sentirem mágoa, dor, raiva, ódio ou outras emoções inquietantes pelos pequenos problemas que se cruzam no nosso trilho, saibam que hoje daria a vida, para estar mais 1 segundo com a minha Mãe. Aproveitem a dica...