Wednesday, February 25, 2009

É sempre importante....

A vida já me ensinou que nunca se sabe o que nos espera do outro lado da esquina. Podemos estar todos lampeiros à espera de sol e aparece chuva ou à espera de chuva e aparece chuva e nesse caso somos uns lampeiros fixes. É bom fazer amizades nos 4 cantos do mundo. Os meus 3 cabelos brancos que, segundo o último estudo de mercado, me colocaram na lista dos homens mais desejados da Península Ibérica (estudo feito apenas em Portugal e Espanha) já podem ser disfarçados com este boné / chapéu / cena para a cabeça / avental mal colocado ou lá como se chama aquilo que aquilo. É uma amizade que me parece cada vez mais importante uma vez que prevejo mais cabelos brancos no imediato e a entrada da minha cabeça em processo de albinismo assusta-me um pouco. A minha capacidade de devorar comida e manter a insaciedade, obriga-me a manter amizade com tipos que, em qualquer esquina, nos oferecem suculentas sandochas de tudo e mais alguma coisa. É tanto entulho lá dentro que não consigo perceber se é uma sandes de carne ou de peixe ou de tubo de escape. Ora... peixinho semi-vivó-poluidó-frito! A especialidade de Istambul. É bom ter amigos que nem imersos em solução concentrada de Dolce & Gabanna Light Blue deixariam de cheirar a peixe frito. Mas é bom ter amigos assim. Imaginem no alto de uma montanha, a tranquilidade, a harmonia, os passarinhos a chilrear, as lagoas límpidas e cristalinas, a brisa de um vento que soa a harpa primaveril e ouve-se um grito: "Ou me dás uma bucha de peixe frito ou rebento este morteiro nos cornos deste carneiro!!!". É um pastor esfomeado e nunca se deve contrariar pastores esfomeados. É bom ter amigos pestilentos que fritam peixe da meia-noite à meia-noite, sem intervalo. Castanhas, por razões óbvias, é sempre bom criar amizade com um fornecedor oficial. Principalmente se não souber uma palavra em inglês. Ou português. Ou o que seja. Podemos sempre dizer que nos apetece atirar-lhe as castanhas mais o carrinho à cabeça que ele sorri na mesma. E assim se fazem amigos pelo Munde... Ora... tenho de ir que já me chama uma amiga escandinava ;)

Tuesday, February 24, 2009

Pouca Terra... Pouca Terra...

Não paro em todas as estações e apeadeiros. Apenas sirvo de diagrama representativo para justificar o porquê de não ter ainda decidido se devem considerar os símbolos a vermelho no post colocado anteriormente. Sentiram um leve aroma a morango, cappuccino, chocolate, frutos silvestres e banana ? Não...? Venham mais brasas!

Polarito´s Resort...

Apresento-vos, finalmente, infiéis seguidores e discípulos, a entrada da minha humilde casa... Só ainda não decidi bem se devem, ou não, considerar os símbolos colocados a vermelho ao lado da porta. Logo se vê. Entrai, humilde povo, entrai e considerai que estais em vossos estaminés.

Carnaval 2009

Olha! Olha! A carapinha com 50 cm de diâmetro ainda cheirava a naftalina. Não serve! As nádegas de Montserrat Caballé encolheram e estão mais pequenas que dois sacos de batatas. Não serve! As vestes islâmicas desfizeram-se, talvez porque não passavam de 2 cortinados velhos que as traças não perdoaram. Não serve! A máscara de autocarro (sim, autocarro) que correu muito mal há muitos anos também não serve! No sótão da memória ainda guardo o meu percurso para o jardim escola mascarado de gafanhoto. Sinto tremores nos joelhos só de recordar. Não serve! Nada melhor que uma máscara biodegradável! Confecção artesanal por uma profissional dos crepes e utilização por um profissional da degustação dos crepes, desde que livres de átomos de pescada cozida ou natas. Por falar nisso! Algum candidatato a mascarar-se de pescada cozida em 2010? É que eu sempre sonhei mascarar-me de espingarda de canos serrados :)

:)

Monday, February 23, 2009

Slumdog Millionaire

Passavam 28 minutos das 6h02m da madrugada quando o Polarito deu entrada na sua cama já habitada por um gato. Mais uma vez, o teimoso despertador anuncia os minutos que faltam para o toque de alvorada: 45 minutos. Já não vale a pena adormecer. Mais uma directa num currículo manchado de latejantes pálpebras ensonadas. E amanhã, secalhar, é que vai doer... :) A cerimónia dos Óscares foi "catita". E nem precisei de Redbull para manter a visão periférica perfeitamente capaz. Leitinho de 2 em 2 horas e 1 gato irrequieto resulta sempre. Mais uma vez a minha premonição enquanto cinéfilo não se concretizou, o que não é de estranhar. Um banho e um balde de cereais com banana, maçã, pêras e manga resolve já isto. Have a nice week!

Friday, February 20, 2009

Just Words

Se fosse feiticeiro, transformava o Sol em crianças e vestia o Mundo de Luz. Dava nomes às letras e frases às palavras. Desenhava jardins em desertos de ideias. Envolvia os sonhos em mantas quentes. Lançava gemidos de prazer em montanhas e transformava o eco em cantigas. Entregava as nuvens ao mar e o mar aos rios. Serpenteava ribeiros entre montanhas. Movia nascentes até poentes e ondas até aos lagos. Empurrava o Sol mais depressa e pintava o céu de laranja. Pulava até à Lua. Escorregava até uma estrela. Soprava uma constelação até nós. Julguei ser feiticeiro… simples, belo, sincero… Abria a mão devagar e deixava-te espreitar o Mundo… pequenino… pequenino… como uma tela que nunca nenhum pintor desenhou. E tal como venho, vou…
Pedro, Fev 2009

Thursday, February 19, 2009

Mesquita Kiliç Ali Pasha

Just for dinner... or lunch... or...

Diz que se come aqui bem... (obrigado a todos aqueles que, com formação e educação cívica e moral, a partir deste momento deixarão de acompanhar o meu blog).
Eternamente Polarito... e o Pipi Restaurant Café, esse maluco, `tá sempre aberto, mesmo em dias de chuva.

Nham Nham !

Não se me alembra o nome. E também não vou fazer referência à celência da doçaria regional istambulíca. Nem à qualidade fotográfica e do fotógrafo. Efectivamente nomeadamente mormente e em jeito de balanço, não vou fazer referência aos meus dotes de fotógrafo nem aos elevados índices de gulodice que o meu hipotálamo desperta na hipófise. Mas é uma vida triste, confesso... :)

Descubra as diferenças!

Entre as duas imagens existe apenas 1 diferença. Descubra, assinale e envie a sua resposta para Passatempo "Quem Quer Uns Cornos da Moda Banhados a Ouro de 18 Kilates" e aguarde pelo sorteio no próximo sábado, em directo de Folgosinho, apresentado pelo pastor Hermínio, coadjuvado por 3 ou 4 obâilhas.

Tuesday, February 17, 2009

Istambul Catows!




Nas imagens anteriores e nas imagens seguintes encontram-se 9 gatos de Istambul. São ou não são fofinhos e todas essas coisas que acabam em "inhos" ao máximo? Então aquele que tem um pouco menos de pêlo e mochila às costas... quase que roça a fronteira entre o gatinho e o leão, na escala felina do fofinho e de todas essas coisas que acabam em "inhos" :)

Istambul Cats!





Wednesday, February 11, 2009

Colinho...

Lanço daqui um alerta para o Instituto Nacional de Estatística, de que os indicadores que apontavam para um aumento considerável da população nos próximos anos, terão de ser reavaliados no imediato. Hoje estive muito tempo com um portátil ao colo. Aquela velha máxima: subiram-me os calores à cabeça? Aqui é tudo igual, só muda a orientação do calor. Desceu :) Ora, tenho receio das repercussões que esta situação possa ter causado. Senti o Vesúvio... aí exactamente! Não! Senti antes o Etna (sempre tem mais uns metros e deixa-me mais melhor bem visto)!
Mas, lanço também daqui uma palavra de tranquilidade para com as avós novas e bonitas que sempre ambicionaram ter netos com os meus olhos e nariz. Apesar do calor, e não tendo eu nenhum talento escondido (estão todos à mostra, principalmente no banho) - hoje estou particularmente estúpido, reconheço - dizia eu que se mantenham tranquilas. Os cubos de gelo não servem só para a amêndoa amarga... Hmmmm... tá fresquinho... ;)
Eternamente Polarito estúpido ao máximo e Munich & Istambul, essas malucas, esperam por mim nos próximos dias! Fiquem todos bem!!!

Tuesday, February 10, 2009

O raio do "frigorífico enorme da Coca-Cola cheio de garrafas e de outras pocarias", que não tem outro nome, não parou de fazer barulho toda a refeição. E eu ali, a 50 centímetros. De tempos a tempos, um dos empregados atingia o pico dos nervos e resolvia temporariamente a questão, enfiando no "frigorífico enorme da Coca-Cola cheio de garrafas e de outras pocarias" um uppercut de fazer corar os fiéis seguidores de Muhammad Ali. E eu ali, a 50 centímetros. Nos últimos minutos, a estratégia da semi-violência já não resultava. Então o empregado, abria e atirava a porta como se não houvesse amanhã. E eu ali, a 50 centímetros. De facto, fazia-se silêncio por breves instantes, mas logo regressava aquele barulho típico de motor de rega do milho que não funciona há 30 anos e de repente quer inundar os campos. Por momentos senti vontade de sovar o empregado. Apenas porque não é justo bater em máquinas. Peço a conta, ligo o pc e quem aparece, quem, quem, quem...? O empregado! Abre a porta mas... a porta não abre! E puxa com força mas a porta não abre. Olha para mim e diz qualquer coisa da qual só entendi car... (click)... (mais um click) que pariu... Acabou-se. Fechei o pc. Levantei-me para pagar. Instintivamente fiz um comentário à "tranquilidade" que foi este almoço. Deitei mãos ao puxador em forma de tampa de garrafa de Coca-Cola versão tamanho volante e puxei. Ora, digamos que puxei 3x.
Dois segundos depois...
Estardalhaço que parecia ter caído um relâmpago em cima da feijoada de um dos clientes. Eu estatelado no chão. Empregado estatelado no chão. Porta do "motor de rega do milho" estatelada em cima de mim e eu em cima do chão. Silêncio perturbador e umas boas dezenas de olhos apontados a mim. É MUITO MUITO MUITO TRISTE, garanto-vos.
Dez minutos depois...
Saio do restaurante, com as minhas calças da moda perfumadas de Coca-Cola e Sumol e guardando na memória fotográfica todos os pormenores do que me rodeia. Pressinto que não passarei mais por aqui, num raio de, pelo menos, 10 km. Uma família está à porta e diz a pequena: "Pai, pai, pai! Foi este senhor!". É a cereja em cima do bolo. Um must. Agora sim, sinto-me mesmo alguém neste Munde!
Trinta minutos depois...
Área de serviço da A8, antes da Lourinhã... corre uma jovem para me pedir o telemóvel, para colocar o cartão no telemóvel dela, porque não consegue abrir o telemóvel novo acabado de comprar e no antigo é que estão os contactos e tem de fazer uma chamada urgente. Agora também não entendi nada, mas na altura, juro-vos, entendi logo. Acedi. Agradeceu como se tivesse atravessado o Sahara de galochas, em plena tarde de Verão, com um maçarico ligado dentro de cada uma e eu agora aparecesse com uma pedrinha de gelo. Agora recebo sms´s para encontrar no mesmo local amanhã. Bom... ou é para me raptar ou então, não tenho dúvida... o mundo entrou em estado de irreversível demência...

Buena Vista Social Club

Em 6 anos, esta é a 6ª baixa nos Buena Vista Social Club. Uma pequenina homenagem ao baixista Orlando "Cachaito" Lopez. Era o último representante de toda uma dinastia de baixistas cubanos, que "sabia bem" ouvir em dias de chuva...

Monday, February 09, 2009

90 segundos...

Cinco mil anos de Religião em noventa segudos. É, no limite, poderoso... Clickar na imagem.

Saturday, February 07, 2009

És tramada, Marisa...

Semanas a fio a ser gozado pela chave que sempre utilizava nas sextas feiras à hora de almoço: 10...20...30...40...50... estrelas 3... e 7...! E eis que esta semana a chave não tem o 50... nem o 7... o resto tá tudo lá... Bahhhh... Só por causa disto, vou ali num instante a uma espingardaria. Se não aparecer nos próximos dias, estão chocolates em quase todas as gavetas do meu quarto. Podem vir buscar!! :)
A verdade é que é um pouco tramado imaginar que estivémos "quase lá", à beira de uns milhões. Ia saltar de país em país, de A a Z, e em cada terra deixava um sorriso para os que não sorriram até hoje. Os mesmos que provoquei na noite em que estes números se armaram em "mete nojo" e iam fazendo uma partida. Sorrisos.... sorrisos... é preciso o Euromilhões para alguma coisa...? Naaaaaaaaa ;)
Eternamente Polarito e o Mundo, esse, continua a girar e girar nos meus bolsos. Não está lá mais nada, garanto-vos... e assim é que sabe bem... :)

Thursday, February 05, 2009

Oitenta Montanhas a Sul...

Tocam... em ensurdecedor silêncio. Sentem... em inquietante olhar... Respiram... um último fôlego...
Um passo lento e frágil, o adoçar da voz trémula. Não se desnuda em gestos. Espreita partículas de segundos e pouco mais. Uma vida em hora e meia. Cada minuto, um ano. Olho para trás e o lápis desenha traços largos. Sem sentido. A história tem cores vivas, de contornos tracejados. Não há mais um livro assim. Levo comigo as letras todas. Palavras que brilham mais que Sol. Mais que tudo. Há crianças a sorrir, oitenta montanhas a Sul, sentadas em lajes escuras de pó. Há um rasgo de nós naqueles olhos. Um laivo de amor naquele peito. Há sorrisos nossos naqueles lábios. Há lágrimas tuas naqueles rostos. Soltam frágeis palavras que entendes. Saltam léguas do meu tamanho. Brincam com nada. Coisas nossas são nada e nada é tanto e tudo. Tudo o que te fez crescer. Tanto como querias. E lá longe, oitenta montanhas a Sul, há sorrisos nossos naqueles lábios. Tocam... sentem... respiram um último fôlego... Oitenta montanhas a Norte, as sensações constroem-se em hora e meia. Cada minuto... um ano ;)
Polarito, 5 Fev 2009

Wednesday, February 04, 2009

Freedom!

Em breve... num penhasco perto de si!

Monday, February 02, 2009

Vru... grrrr... tal !

E estar lá? Não ver um centimetro quadrado de ferro ou vedação ou jaula ou arame ou cerca? Não haver um fosso? Não ouvir buzinas nem o carrinho dos gelados? Não ver um prédio? A sombra de um teleférico? E estar lá indefinidamente no tempo? Não ver um naco de carne lançado por um tipo com ar de mau? Não ver cimento sob os pés? E estar lá? Ver montanhas imponentes? Planícies do tamanho do Mundo? O brilho de um lusco-fusco indescritível? O cheiro a selva, a tudo aquilo que nunca sentimos e nos faz o sangue correr nas veias a uma velocidade alucinante? E fotografar na alma esse momento? E recordá-lo toda uma vida? Olhar para o céu, deitado no mar, inspirar e sentir que ainda lá estamos? E estar lá? Estar mesmo lá? E imaginar que cá, tudo é igual, mas lá, tudo diferente. E atingir aquele pico de euforia em que o cérebro pára, não consegue mais prolongar-se em metáforas reais nem realidades projectadas. Pára. Pára. Pára até sentirmos que estamos lá, a milhares de quilómetros de casa, mas em casa. A casa da Humanidade, aquela que não tem porta, não tem janelas, entra-se pelos fundos, mas poucos entram. África... depois de ti, tudo faz algum sentido...

Day one!

...e o meu projecto "London Marathon 2010" começou hoje... Faltam 2 anos e 2 meses... Além de todo o crescimento físico e mental que este projecto envolve, a Maratona de Londres é, actualmente, a maior prova de desporto mundial no apoio a crianças desfavorecidas. Mais um motivo! ... 3... 2... 1... GOOOOOOOOOOO !!!!

Hélia Correia

Lembro-me tão bem como se fosse hoje. Era delegado de turma, como nos anos anteriores. Como nos anos seguintes. Só tinha de ficar na fila da frente nas aulas de Inglês porque a Directora de Turma exigia e de separar os amigos quando havia porrada no recreio. Era o mais alto da turma e por isso nunca me deram porrada. Foi pena. Gostava de ter andado à zaragata mais vezes e vou ter de, num futuro próximo, libertar em alguém a zaragata reprimida que há em mim. A "stôra" Hélia foi a minha professora de português. É uma escritora magnífica que, infelizmente, nunca teve a fama que outros alcançaram à custa de nada. Tinha uma pós-graduação em Teatro, que me fez pensar muitas vezes se eu não deveria seguir outro caminho na vida. Lembro-me como se fosse hoje dos olhares cúmplices que trocávamos nas aulas. Lembro-me que eu não precisava de fazer testes. Lembro-me de encenar o "advogado de defesa" do Menino Selvagem. Um dos filmes mais "puros" que já vi. É a história de um menino abandonado num bosque e, quando foi encontrado, anos depois, andava como um quadrúpede, tinha hábitos anti-sociais, órgãos pouco flexíveis e a sensibilidade embotada, não falava, não se interessava por nada e a sua face não mostrava qualquer tipo de sensibilidade. Toda a sua existência se resumia a uma vida puramente animal. Uma história verídica. Lembro-me de todos os professores pararem a assistir aos meus argumentos, no Teatro da Escola. Lembro-me que quebrei qualquer fronteira entre a ficção e a realidade. Fui, de facto, um defensor de uma causa fantástica. A causa da Liberdade. Tenho pena de não poder ter várias vidas ao mesmo tempo. Gostava de continuar a sonhar e viver histórias ainda por inventar. Gostava de as inventar. E partilhar. E animar os que precisam de um sopro de inspiração. Foi isso que a "stôra" Hélia fez em mim. Obrigado.