Sunday, March 23, 2008

Give them a smile. It´s enough :-)

Esta foto tem quase 1 ano e está artisticamente engraçada. A vegetação impede que se perceba que sou eu o "senhor padre" e, obviamente, também não vou dizê-lo. Atrás de mim (ups...) vem a cruz, representando Deus. Eu sou católico, mas vivo a minha religião de uma forma muito sóbria, concordando e discordando de inúmeras situações, permitindo-me o pecado de assumir uma religião muito própria, a minha. Defendo que cada pessoa se deve entregar a Algo assumidamente transcendente, refugiando-se em momentos de maior ou menor alegria e tristeza. Se alguém for feliz a dar cabeçadas no tecto, excelente, desde que não seja o meu vizinho de baixo. Se alguém for feliz a passear galinhas na rua, perfeito, desde que não vá à minha frente e a galinha tenha comido 5 Kg de milho. O que importa é estar bem e ser feliz, mas ser mesmo feliz!
Nos últimos 2 anos, na Marmeleira (sim, Marmeleira) e nas aldeias vizinhas, no dia de Páscoa e no dia seguinte, entrei em casa das pessoas, representando Cristo. Absorvi muitos sorrisos nas faces das pessoas mais velhinhas, por verem entrar em suas casas um "senhor padre" tão novo, sorridente e com mania de beijinhos. Vi tristeza nas jovens moçoilas que, ao verem-me "senhor padre" descobriam o final de um possível matrimónio comigo :) Recordo-me de entrar no quarto de um senhor acamado, lhe dizer palavras amigas, e ver o seu sorriso e o da sua esposa. Uma casa tão humilde, tanta tristeza, tanta dor... e 1 sorriso. Não há sensação mais intensa, garanto-vos.
Não faz sentido escrever sobre estes momentos se, este ano, não se tivesse passado o que se passou. De facto, por "tareias" das grandes que a vida nos dá, este ano não quis passar este dia na Marmeleira, a minha aldeia. Faz falta alguém que, fazendo falta todos os dias, é de uma insuportável ausência neste dia... a Mãe. Fui e vim ontem, só para distribuir "olás". Este ano, quem me vai suceder na visita Pascal, inundar de alegria e carinho corações desprotegidos, encher as caras de sorrisos e de alegria, não é um puto qualquer como eu. Não é um padre qualquer. Nem um bispo qualquer. É apenas um Prémio Nobel da Paz. Ui... Meu Deus... D. Ximenes Belo, bispo de Dili, Prémio Nobel da Paz 1996. Reconheço que senti algum orgulho no que tenho feito. Vai saber bem, daqui a 100 anos, no Quem Quer Ser Milionário, ouvir o Jorge Gabriel com a sua voz trémula, por entre tossidos e "ais" da idade: Quem foi que, em 2006 e 2007, antecedeu o Bispo Emérito de Dili e Prémio Nobel da Paz, na benção das pessoas e casas na Marmeleira e aldeias vizinhas:
a) Papa Bento XVI
b) Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo
c) Polarito
Hum... tenho algum orgulho em mim e gostava de vos dizer isso, por pouco humilde que possa parecer... sabe bem ser palhacito ao máximo e crescido ao máximo, e poder passear por um intervalo tão grande de emoções que vão entre estes dois personagens. Sabe bem ser Polarito, eternamente Polarito... e ter a certeza que o mundo, esse, continua a girar sem parar... ;)

Wednesday, March 19, 2008

1 dos 365 ou 366 dias do Pai

Hoje foi dia de sair mais cedo do escritório, conduzir tranquilamente ao som de Norah Jones e dos "plinck... plick... plinnnnck..." das gotas de chuva no pára-brisas, deixar o carro por baixo de uma árvore para que os passaritos tivessem o seu momento de devaneio pós-refeição. Entrei, disse bom dia, sentei-me e almocei. Com o meu pai e com o meu irmão. Vi nos olhos do meu pai que estava contente. Isso deixou-me tranquilo, ainda mais tranquilo. Entrei no carro. Agradeci aos passaritos os presentes multicoloridos, e regressei ao escritório, ao som de Norah Jones e dos "plinnnnc.... plinnnnncccc" das gotinhas de chuva que tilintavam suavemente. Não havia trânsito, não havia radares, não havia estrada escorregadia, e eu estava atrasado. Mas fui absurdamente devagar a imaginar o dia em que escuto a palavra... pai... em 2 ou 3 ou 4 ou mais vozes diferentes... sabe bem... deve saber bem... afinal de contas tenho 500 brinquedos que começo a ter vergonha de dizer que são meus. Até devo achar piada a encontrar as paredes da sala riscadas com lápis de cera. E os móveis da cozinha cheiiinhos de plasticina. Também consigo desatar o nó da cauda do gato, ficar muitas horas a ensinar a andar de triciclo, mesmo que o triciclo tenha ainda mais duas rodinhas de apoio. Ainda gosto de ler histórias antes de nanar, é só passar a ler em voz alta. Ainda gosto de brincar às escondidas, à macaca, aos polícias, ao chefe da aldeia, etc... Apetece-me instaurar novos métodos de formação pessoal e humana. Apetece-me que as crianças saibam o que é tudo, menos uma coisa: paredes. Que saibam o que é o Mundo. As florestas, as praias, os oceanos, as montanhas, as selvas, as ilhas, os glaciares, os corais, desde crianças. Assim tem tudo mais piada. Mas também... também teria vergonha em ter um pai como eu, reconheço. É melhor ir primeiro dar 2 ou 3 voltas ao Mundo, encontrar a infeliz a quem os meus netos chamarão de avó e depois é só fazer o mais fácil. Ser eternamente Polarito... o mundo, esse, continua a girar sem parar... ;)

Sunday, March 16, 2008

Who knows what tomorrow brings...?

...e quando queremos roubar uma estrela do céu para que ela brilhe mais... roubar uma onda do mar para que ela mergulhe em fantasias... quando queremos ser fortes para girar a Terra ainda mais depressa, para que ela viva sensações e emoções como ninguém, em minutos alucinantes de novidades, ao sol, à chuva, ao vento, com trovões, mas sempre com um rasgo incandescente de surpresa... e queremos que ela viva experiências fantásticas, porque sabemos que ela assim é feliz... então esquecemos que as estrelas são do céu e as ondas do mar. A Terra não pode girar mais depressa porque perde o seu encanto. Lamenta-se não ter tempo para mostrar um pouco mais, convicto que seria a loucura. E dói. E dói mais quando me bate com palavras, ou me insulta sem que esteja por perto. Dói que se esqueça que construí um pequenino barco e naveguei dentro dela até ao coração. Lá construi um dique para segurar tudo aquilo que é alegria. Percorri todo o seu corpo na minha pequena jangada, várias vezes. Tirei fotografias a locais de uma beleza infinita, moldei locais que me pedia para desenhar a meu gosto. O dique rebentou...Hoje uma pequena brisa me moveu-me a face perto do mar, um rasgo de sol encheu-me a alma de calor e sinto que há tantas estrelas a iluminarem-me os olhos, tantas ondas à minha espera, e a Terra... a girar ao som de uma música nova, a cada dia...! Então regresso, deixo que as nuvens mais brancas me trespassem. Olho para trás e continuam brancas. Fico feliz. É assim que sabe bem. Afinal, ela sorriu muitas vezes. Até querer. Sem que eu nunca tenha feito nada para que sorrisse. Fica sempre aquela coceguinha no peito, de não ter sido normal. Mas fica sempre aquele orgulho de, de facto, nunca o ter sido. Isso tranquiliza-me e faz-me seguir sorrindo. Hoje cerraram as cortinas de mais um espectáculo da minha vida, e soube-me bem ouvir os aplausos... Amanhã, mais uma aventura, mais um espectáculo para a minha plateia que é cada vez maior. Obrigado a todos. Clap. Clap. Clap.
Matthew: I have a feeling that in the near term, it'll be Sawyer and Kate, and in the long term, it'll be Jack and Kate.
Evangeline (about a Jack & Kate romance): It will happen. Just wait for it - it will happen.:)
Eternamente Polarito... tudo ficou por dizer e fazer, mas o mundo continua a girar sem parar... :)

Tuesday, March 04, 2008

Dependência noctívaga !



Podem considerar esta situação como uma patologia associada a um desvio mental acentuado, mas se há algo que me incomoda prái uns 97,8 na escala de 0 a 100 do incómodo, é ter de ficar a nanar sozinho em quartos de hotel. Pronto, tive de dizer! É triste, é deprimente, não faz sentido, e é um sub-aproveitamento dos lençóis, do quarto, do hotel, e até da própria responsabilidade que me foi imputada de dar continuidade à espécie. Já não ia a Barcelona... vá lá... há uns 15 dias! Na altura fui na minha condição de Polarito Puto Xarila Macaco sem Pila, só para brincar. Desta vez fui na minha condição de Eng. Pedro Rodrigues, para brincar, mas sem passar a imagem de que estava a brincar. Tudo perfeito! Mas chega a madrugada, abre-se a porta do quarto e pronto, já não há mais brincadeira. O Eng. dorme, de perna cruzada (mas à homem) sonhando com o dia em que há-de ter aspecto de engenheiro. O Polarito Puto Xarila Macaco Sem Pila, adormece a imaginar que, por mais que se esforce, nunca deixará de ser criança. Eu entretanto bazei, dei de frosques, botei-me na alheta (put myself on the "garlick...eta") e deixei lá os dois. Tenho a certeza que toda a noite disseram palhaçadas até ficarem sem ar nas veias da cabeça. Mas foi só isso, garanto-vos. A condição de 2 dos últimos machos morenos latinos de barba rija e pêlos no peito, impede-os de outras brincadeiras, e ainda bem... toc toc toc (num pedaço de madeira). Eternamente Polarito... e o mundo continua a girar sem parar... :)