Monday, April 27, 2009

E quanto mais colorido é o Mundo, mais me fascina o branco das montanhas. Este caminho foi, hoje, o mais colorido que encontrei. Pintou-me os lábios de calor. Tem todas as cores que preciso para estar "quente". Se me tocares, sentes. E não preciso de mais nenhuma cor, para pintar os lábios do Mundo de uma só cor. Tenho um pincel autodidacta - sim, também :) - que não se cansa de aprender. Ainda bem. Hoje pintei mais uma tela e os teus lábios, nervosos, ficaram coloridos de branco. Tenho todas as cores no bolso, fechadas na minha mão quente. Amanhã ou depois, dás-me a tua mão fria e trémula. Sentes que nas tuas veias correrá calor, cor e amor. E quanto mais colorido é o Mundo, mais apertas a minha mão :)

Thursday, April 23, 2009

Qual o chão de hoje ?

Tantos metros para tão poucos segundos. O sorriso tem os mesmos centímetros. Lábios rasgados de tudo e nada. Tempo e espaço em fusão de sentidos. O segredo. A cumplicidade. O respeito. Abraço os ponteiros e deixo-os partir... devagar... mais devagar... para dar tempo de recordar. Lembra-te do amanhã. O chão será diferente e os teus pés, os mesmos. Lembras-te de ontem? Esquece... os ponteiros pararam. Caminha sobre o teu chão sem pensares se amanhã és ou não. Os teus pés, esses, estão. Com ou sem chão. Dá-me a mão. Adormece... Escuta uma história em silêncio. A vida é tudo aquilo que não conheces. Apago a luz. Amanhã já não interessa.

Thursday, April 16, 2009

Vou saltar bem altoooo!

Hoje estou assim... sozinho... mas há sempre alguém igual a mim... a olhar para mim... numa simetria de emoções tão nítida, que o mais perfeito dos reflexos se esconde de vergonha... Hoje estou assim... com pingos ásperos de chuva lá fora mas o suave brilho do Sol dentro de mim... Vou saltar mais alto. O Sol precisa do meu abraço. Tem de ser mais alto. Mas sei que consigo ;)

Wednesday, April 15, 2009

...

Há momentos na vida em que uma imagem responde às perguntas mais difíceis. Quando é a vida que faz as perguntas, sem nos consultar, trememos um pouco... Não fico indiferente e respeito... tudo treme um pouco dentro de mim...

Monday, April 13, 2009

RED ALERT !

Quem um dia for a uma vila que se chama Mortágua, e decidir continuar para uma cidade que se chama Santa Comba Dão, os 10 km de estrada passam 2x por cima do rio Mondego. Nestas pontes, se olharmos para a direita, aparece a ponte do comboio, suspensa nas alturas sob as águas do rio. Impressiona. Toneladas de aço abraçado para suportar a passagem de comboios. Era puto. Tinha ainda a noção do perigo, mas não tinha a noção do PERIGO. E atravessei a pé a ponte do comboio. Media cada passo milimetricamente para não falhar e mergulhar, ainda eram umas boas dezenas de metros de altura. Não passou nenhum comboio. De qualquer forma fica aqui uma chamada de atenção para a CP. Atenção CP! Favor colocar um tipo numa cadeira de baloiço em cada extremidade da ponte, com um horário do Inter-Cidades para a Guarda, porque nunca se sabe quando me vai apetecer atravessar de novo a ponte. E desta vez, também convém que não passe nenhum comboio. Acho que não cabemos os dois... e eu até sou estreitinho... ;)
"Segue com confiança a direcção dos teus sonhos. Vive a vida que imaginaste..."

Henry David Thoreau, adaptado por P.

Friday, April 10, 2009

Clap! Clap! Clap!

Tantas vezes na vida nos falta o chão. Tantas vezes as palavras não têm som. Tantas vezes o rosto não sorri. Tantas vezes a pele continua molhada, ao Sol. Tantas vezes a loucura mora nos lábios. Tantos rios nascem no teu peito. Tantas vezes não esperamos. Ou esperamos sem ar. Tantas palmas. Tantos gritos e tanto silêncio. Tantos ventos e perfumes. Tantos segundos a desejar. Tantos minutos sem ter. Tantos dias devagar. Tantos anos sem ver. E depois de lá chegar, entendi. Palmas... ao mar e ao ar... aplausos... Dá o passo. Mesmo que tantas vezes na vida nos falte o chão ;)

Tuesday, April 07, 2009

Como areia entre dedos...

Só depois de ouvir o meu nome pela 10ª vez é que fingia ouvir pela 1ª vez. Foi assim durante anos. Chegar da escola, no autocarro sem borrachas pretas nos bancos porque era moda ter pulseiras feitas com borrachas pretas do banco do autocarro. Um dia andei à porrada com um miúdo que arrancava uma borracha à minha frente. Fui para a rua e ainda faltavam algumas paragens até casa. Durante 1 mês jurei que não entrava num autocarro. Pensei que assim ficariam mais pobres e me pediriam desculpa. Não ficaram. E os miúdos continuavam com pulseiras. Chegava a casa e comia que nem um suíno que não vê uma abóbora há 3 semanas e estavam reunidas as condições para ir jogar à bola. Todos os dias. Tinha jeito, reconheço. Um dia, como eu marcava muitos golos, 3 miúdos fizeram-me uma espera e atiraram-me um pau à cabeça. Levei 3 pontos. Fui atrás de um deles e dei-lhe a maior sova que levou até hoje. Tenho a certeza disso. Um dia os campos de futebol viraram parques de estacionamento. O corpo e a mente seguiram outros estímulos. Hoje acabei o treino mais cedo, e conversava com um dos instrutores de Jiu-Jitsu, do Brasil, que me tentava convencer a fazer uma aula. Explicava-me a diferença entre Jiu-Jitsu e Vale-Tudo... "à diférênçá é qui no Váli-Tudo, cê só não pódi chutá cábeçá do adiversário".
Oh! Se não dá para mandar uma biqueirada na cabeça do inimigo, assim não quero brincar! :)

Monday, April 06, 2009

Adormeceu... apenas...

Estão lá quase todas, ano após ano. Adormecem no Inverno, como ursos polares a hibernar em silêncio. Não se despedem, não se escondem, não morrem. Adormecem, apenas. O jardim da minha aldeia continua brilhante e colorido, como no primeiro dia, mesmo faltando a mais bonita das flores... não se despediu, não se escondeu, não morreu... adormeceu... apenas...