Tuesday, April 07, 2009

Como areia entre dedos...

Só depois de ouvir o meu nome pela 10ª vez é que fingia ouvir pela 1ª vez. Foi assim durante anos. Chegar da escola, no autocarro sem borrachas pretas nos bancos porque era moda ter pulseiras feitas com borrachas pretas do banco do autocarro. Um dia andei à porrada com um miúdo que arrancava uma borracha à minha frente. Fui para a rua e ainda faltavam algumas paragens até casa. Durante 1 mês jurei que não entrava num autocarro. Pensei que assim ficariam mais pobres e me pediriam desculpa. Não ficaram. E os miúdos continuavam com pulseiras. Chegava a casa e comia que nem um suíno que não vê uma abóbora há 3 semanas e estavam reunidas as condições para ir jogar à bola. Todos os dias. Tinha jeito, reconheço. Um dia, como eu marcava muitos golos, 3 miúdos fizeram-me uma espera e atiraram-me um pau à cabeça. Levei 3 pontos. Fui atrás de um deles e dei-lhe a maior sova que levou até hoje. Tenho a certeza disso. Um dia os campos de futebol viraram parques de estacionamento. O corpo e a mente seguiram outros estímulos. Hoje acabei o treino mais cedo, e conversava com um dos instrutores de Jiu-Jitsu, do Brasil, que me tentava convencer a fazer uma aula. Explicava-me a diferença entre Jiu-Jitsu e Vale-Tudo... "à diférênçá é qui no Váli-Tudo, cê só não pódi chutá cábeçá do adiversário".
Oh! Se não dá para mandar uma biqueirada na cabeça do inimigo, assim não quero brincar! :)

No comments: