Monday, February 02, 2009

Vru... grrrr... tal !

E estar lá? Não ver um centimetro quadrado de ferro ou vedação ou jaula ou arame ou cerca? Não haver um fosso? Não ouvir buzinas nem o carrinho dos gelados? Não ver um prédio? A sombra de um teleférico? E estar lá indefinidamente no tempo? Não ver um naco de carne lançado por um tipo com ar de mau? Não ver cimento sob os pés? E estar lá? Ver montanhas imponentes? Planícies do tamanho do Mundo? O brilho de um lusco-fusco indescritível? O cheiro a selva, a tudo aquilo que nunca sentimos e nos faz o sangue correr nas veias a uma velocidade alucinante? E fotografar na alma esse momento? E recordá-lo toda uma vida? Olhar para o céu, deitado no mar, inspirar e sentir que ainda lá estamos? E estar lá? Estar mesmo lá? E imaginar que cá, tudo é igual, mas lá, tudo diferente. E atingir aquele pico de euforia em que o cérebro pára, não consegue mais prolongar-se em metáforas reais nem realidades projectadas. Pára. Pára. Pára até sentirmos que estamos lá, a milhares de quilómetros de casa, mas em casa. A casa da Humanidade, aquela que não tem porta, não tem janelas, entra-se pelos fundos, mas poucos entram. África... depois de ti, tudo faz algum sentido...

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