Desculpa, Rosa Peixeira...

Sábado. 11h. Peixes por todo o lado. Peixeiras por todo o lado, ao pé dos peixes por todo o lado. Dezenas de senhoras, quase todas pouco jovens, aos gritos "é fresquinho? é de confiança? a escama tá viva? posso botá-lo no forno que não desmancha (o que quer que seja que isto signifique em linguagem piscícola)". E, no meio deste mundo de gente doida... um Polarito. A dado momento, não percebi se haveria de ficar contente ou triste ao aproximar-se a minha vez de ser atendido. Mas ela chegou. Hoje era eu que fazia o almoço lá em casa e queria levar um indivíduo que não se importasse muito de ir para a grelha, em estado de pouco puritanismo.

Rosa Peixeira: OITENTA E SETEEEEEEEEEE!

Polarito: Sou eu!

Rosa Peixeira: Diga cara linda! (eu sei... eu sei que isto é dito até ao emplastro, se fosse cliente)
Polarito: Preciso de um peixe que fique mesmo muito bom grelhado, mas não entendo nada disto...

(estava a correr bem até ao momento em que...)

Polarito: ...e é para escachar, por favor!

(raios! raios! raios! senti que a Rosa Peixeira parou a olhar para mim! As minhas vizinhas do lado também! E pensei com nostalgia no fim de semana em Odeceixe em que, na brincadeira, apelidei o Robalo Escalado, de Robalo Escachado... brincadeira repetida e repetida vezes sem conta).

Não vos conto o resto deste triste episódio na minha carreira piscícola. Imaginem... e quando o fizerem... acreditem que foi 1000x pior...

Rosa Peixeira, eu sei que deves tar a nanar, mas juro que se um dia tiver tempo, compro uma traineira e levo-te comigo a conhecer os mares e os peixes. E se tiveres uma filha engraçada, até a posso escalar ao pôr do Sol... :))