Monday, February 18, 2008

Menino de Cabul / Menino da Estrela

Noite de sábado para domingo, 16 Fevereiro, corria o bom ano de 2008, 0h25m, Corte Ingles, Departamento de Cinemas, 4 jovens cinéfilos entram na sala 14 para ver "The Kite Runner" ou, como facilmente se traduz em português, "O Menino de Cabul".
Noite de sábado para domingo, 16 Fevereiro, corria o bom ano de 2008, 2h35m, Corte Ingles, Departamento de Cinemas, 4 jovens cinéfilos saem da sala 14 depois de ver "The Kite Runner".
Nunca tinha vivido esta experiência solitária de não encontrar outros elementos que não do meu gang, numa sala de cinema. Ainda por cima o filme impressiona... 50% da população que assistiu a esta sessão, saiu a chorar, que foram, efectivamente, duas amigas minhas das quais me envergonho um pouco.

Domingo, 18h30m, saída do local de trabalho onde tive de ir fazer aquilo que não fiz durante a semana, isto é, trabalhar. Caía uma chuvinha, os sinos da Basílica da Estrela pareciam malucos, comecei a imaginar coisas... os filmes que me invadem a cabeça à razão de mais ou menos 24h por dia, e me fazem andar a rir sozinho na rua. É triste, mas acontece sempre. Não há ainda comprimidos nem injecções para esta patologia. Este filme não posso mesmo contar até porque envolve uma basílica e seria sacrilégio :) Mas a atmosfera desta Lisboa em dias taciturnos, com iluminação inquietantemente sóbria, ao som de sinos em histerismo resignado, incute-nos alguns pozinhos de perlimpimpim... a nostalgia de um momento que pretendemos viver a dois e não, solitariamente, num fim de tarde de domingo. Nada que não se recomponha com um anoitecer com amigos à beira rio, em ambiente fashion de cores, sons e sabores...!

1 comment:

thinkerbell said...

Vim para a cama a pensar neste post na forma como ele me fez viajar. Disseste que era de rápida leitura porém eu li bem devagar, parei no final de cada frase a absorver e tentar imaginar tudo o que nela estava.
Nuns te imaginaria “o menino dos papagaios”… mas nos últimos dias um novo Pedro tem-se deixado conhecer… obrigado… 
Não de imaginava assim, quer dizer… de certo modo talvez… mas tens-me vindo a surpreender pela positiva, muito pela positiva. E logo agora que estava a precisar de alguma qualquer surpresa positiva, que estes dias parecem ter sido de surpresas negativas prós nossos lados.

O que tu fizeste… a forma como és… como amas… essa liberdade a que te prendes!
Tal como o papagaio…
Ele parece-te livre… mas está preso ao fio…
Se por acaso ficar livre desse fio, cairá…
Deste mesmo jeito o amor liberta… mas prende ás suas loucuras… as suas lágrimas…

O que tens sino fez-me pensar que não sou louca por sentir o que sinto da forma que sinto, loucos são aqueles que não o sentem, que se recusam a sentir, que se recusam a viver e tratam o amor como algo banal, vulgar. Mas nós, os que sentem…, sabemos que o amor é ser-se louco e dize-lo!
É fazer tudo, tudo mesmo… é gritar “amo-te” ao ver um placa onde está escrito “silêncio por favor”, é rir com o coração em pedacinhos, sorrir com o peito rasgado, chorar de alegria...
Amar não é estar calmo… não é ser calmo…
O próprio amor não é calmo, é louco por si só! É vivo!
Tristes daqueles e daquelas que não sabem o que é ensopar uma almofada ao pensar em quem se queria ter ali ao lado… na outra almofada… na que está vazia…

Estou a ficar cansada… com sono…
…obrigada por me teres feito acreditar de novo que existem príncipes…
e por certo também haverá princesas no meio de tanta gente… *